Foto: Cadu Fernandes
Em entrevista exclusiva ao Portal Festanejo, os irmãos revelam bastidores do novo DVD, falam sobre desafios da carreira, influências musicais e o sonho de conquistar o Brasil inteiro
Com 15 anos de estrada, a dupla Mariana & Mateus vem construindo sua carreira com consistência, autenticidade e muito trabalho.
Formados por irmãos que cresceram entre instrumentos, aulas de música e repertórios ecléticos, eles combinam emoção e técnica em um projeto que celebra o sertanejo em suas diferentes fases.
Nesta entrevista concedida com exclusividade ao Portal Festanejo, eles falam sobre o novo DVD — que mescla regravações marcantes com composições inéditas —, explicam as particularidades de uma dupla formada por voz masculina e feminina, destacam a importância do apoio familiar e dos fãs, e compartilham o sonho de levar sua música a todos os cantos do país.
Por que esse novo trabalho tem uma seleção de músicas que misturam novas canções com outras já conhecidas?
Nesse trabalho, a gente misturou metade regravações e metade músicas inéditas, porque sempre foi um desejo nosso fazer um projeto que trouxesse releituras de grandes sucessos. Queríamos muito incluir músicas que fizeram parte da nossa história, canções que achamos que poderíamos interpretar com o nosso estilo e um toque diferente de sertanejo na nossa voz. Ao mesmo tempo, sentimos a necessidade de apresentar músicas inéditas, com o Mateus mais engajado na composição. Tínhamos opções bem legais de inéditas, então decidimos aproveitar a mesma gravação e produzir oito faixas com medleys — ou pot-pourris — de regravações, e outras oito com composições inéditas.
Como é entrar nesse difícil mercado sertanejo que já tem tantos cantores?
Entrar nesse mercado… eu acredito que, na verdade, já estamos nele desde o nosso primeiro CD, lá em 2010. Desde as primeiras músicas, Londrina e toda a região do nosso estado, o Paraná, começaram a nos conhecer, a cantar nossas canções e a esperar por sucessos como “Falei”, “Avisei” — que foram músicas mais regionais naquela época.
Então, já estamos nesse mercado há 15 anos. Ao longo desse tempo, vimos muita gente nova chegando, mas também muitos amigos deixando de atuar. Acompanhamos esse vai e vem, muita gente entrando e muita gente saindo. Mas nós decidimos permanecer, persistir, insistir nisso que amamos fazer. Estar nesse mercado, para nós, é uma grande alegria — é poder trabalhar com o que gostamos de verdade.
Sempre gostaram do sertanejo ou também curtem outros estilos?
Sim, sempre gostamos do sertanejo — tanto do modão e da música raiz, quanto do sertanejo mais atual. Nossos avós tocavam viola e sanfona, então esse estilo já estava presente dentro de casa, na família. Mas nosso pai também sempre fez questão de nos apresentar outros estilos. Ele gostava muito da Jovem Guarda, de MPB… Roberto Carlos, por exemplo, sempre fez parte da nossa infância.
A gente sempre teve esse aprendizado musical, nunca ignoramos o desejo do nosso pai de que conhecêssemos essas canções. Eu, Mariana, sou mais eclética: gosto de vários estilos, sou apaixonada por rock, pop, música internacional. Já o Matheus é mais sertanejo mesmo, o tempo todo — full time — mas também aprecia outros estilos. Tudo que é bem tocado, com uma levada legal e uma harmonia gostosa, e a gente valoriza e até inclui no show. Aliás, sempre misturamos outros estilos nas apresentações, e o público adora. O pessoal vai à loucura! Por isso, nunca deixamos de curtir e de tocar diferentes ritmos também.
Dupla com voz masculina e feminina tem uma diferença para outras duplas de mesmas vozes?
Uma dupla mista, com voz feminina e masculina, realmente tem suas particularidades. Existe, sim, uma diferença — e também alguns desafios. No mesmo tom, por exemplo, a voz feminina tende a soar mais aguda, mais “em cima”, enquanto a masculina geralmente assume a segunda voz. Por isso, a gente sempre busca um tom que seja equilibrado: que não fique agudo demais pra mim, nem grave demais para o Matheus.
Esses ajustes fazem parte, mas como cantamos juntos desde pequenos, desde a infância mesmo, sempre tivemos esse entrosamento natural — uma harmonia de vozes bem casada. O Matheus também tem bastante experiência como segunda voz, o que ajuda muito.
A gente acredita que isso nos dá até um diferencial. Quando ouvimos outras duplas com vozes semelhantes, sentimos que temos uma identidade única — não só na imagem, como irmãos, homem e mulher — mas também na sonoridade das nossas vozes, que se complementam de forma diferente.
A vida de cantor é muito desgastante pelas viagens constantes. Como conseguem descansar nos intervalos dos shows?
A vida de cantor realmente é desgastante por causa das viagens constantes. Alguns finais de semana são bem puxados, com compromissos muito próximos uns dos outros, o que deixa pouco tempo para descanso. Mas, na maioria das vezes, conseguimos descansar no ônibus ou nos hotéis, e isso já ajuda bastante. Mesmo com a agenda apertada, conseguimos atender os fãs, a imprensa e fazer uma entrega muito positiva nos shows — graças a Deus. Quando conseguimos voltar para casa, também dá para descansar um pouco. Além dos shows, temos o trabalho de composição durante a semana, nos dias em que não estamos viajando, mas conseguimos conciliar. Às vezes o descanso não é completo, mas vamos aprendendo a entender nossos limites, até onde dá para ir. E sim, dá pra descansar.
Quais seus cantores que inspiram a dupla?
São muitas as nossas inspirações. A primeira, sem dúvida, é Sandy & Junior — principalmente por também serem irmãos, como a gente. Dentro do sertanejo, os artistas mais antigos nos influenciaram muito: Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Bruno & Marrone… todos com uma trajetória marcante.
Entre os mais novos, também temos grandes referências: Jorge & Mateus, Luan Santana, Gusttavo Lima, Henrique & Juliano. Vários cantores nos inspiram — tanto pelas músicas que interpretam quanto pela forma como conduzem suas carreiras, com dedicação e profissionalismo, tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Quem mais os apoiou neste caminho de luta pelo que gostam de fazer?
Primeiramente, nossa família sempre nos apoiou muito, desde a infância. Nossos pais nos colocaram, ainda pequenos, em aulas de teclado, violão, bateria e canto, sempre com o objetivo de nos ajudar a desenvolver e aperfeiçoar esse dom — graças a Deus.
Desde o início, eles estiveram ao nosso lado. O nosso primeiro “cdzinho”, ainda quando éramos crianças, foi totalmente viabilizado por eles. Eles foram os nossos primeiros patrocinadores, literalmente.
Ao longo da nossa trajetória, além da família, os fãs também passaram a ter um papel fundamental. Sempre recebemos muito apoio — e, felizmente, novos fãs continuam chegando. Essas pessoas que comentam, compartilham e nos acompanham fazem toda a diferença no nosso caminho.
Quais seus planos para este ano de 2025 que já está quase na metade e os próximos anos?
Olha, os nossos planos para este ano de 2025 são focar no trabalho do nosso DVD, que traz esse sertanejo que tanto amamos. Queremos que ele chegue a mais e mais pessoas, que alcance novos públicos. Foi um projeto feito com muito carinho, com músicas inéditas maravilhosas, regravações especiais e a participação de grandes amigos.
Como já estamos praticamente na metade do ano, a nossa meta para os próximos seis meses é divulgar ao máximo esse DVD. E, para os próximos anos, a ideia é continuar gravando, lançando músicas novas — o trabalho não para. Queremos seguir trazendo novidades, inovação e novas composições para o nosso público.
10- Qual o maior sonho da dupla para esse futuro que os espera?
O nosso maior sonho é sermos reconhecidos em todo o Brasil. Temos trabalhado com mais intensidade na região Sul — no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná — e também um pouco em São Paulo. Mas o que realmente desejamos é que a nossa música, nossa voz, nossas composições e nossa imagem cheguem a todos os cantos do país. Que a nossa arte seja reconhecida nacionalmente. Se Deus quiser.
