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Joe Hirata inova na música sertaneja com instrumentos japoneses

Entrevista Exclusiva: Cantor Joe Hirata inova na música sertaneja com instrumentos japoneses

Artista nipo-brasileiro tem projetos para difundir a música sertaneja no Japão

Conhecido por sua abordagem única, que combina música sertaneja com instrumentos japoneses, Joe Hirata tem encantado os fãs ao redor do mundo com sua voz envolvente e suas performances energéticas.

Desde muito jovem, Joe Hirata demonstrou seu amor pela música, começando a cantar aos oito anos de idade. Sua paixão pela arte logo se transformou em habilidade, e ele conquistou vários títulos em concursos amadores, tanto no Brasil quanto no Japão. No entanto, foi em sua participação no maior concurso amador da canção japonesa que Joe alcançou um marco significativo em sua carreira.

Com sua voz cativante e uma presença de palco inegável, Joe Hirata tem se destacado na indústria musical, rompendo barreiras e quebrando estereótipos. Sua fusão original de estilos musicais é testemunho de sua criatividade e talento, que traz uma nova perspectiva para a música sertaneja.

Ao longo de nossa entrevista, vamos conhecer um pouco mais das experiências de Joe Hirata, explorando suas influências musicais, suas conquistas notáveis e sua visão artística.

Quando começou sua carreira de músico e cantor?

Minha vida com a música começou desde os oito anos.  Meu pai era diretor do Departamento de Canto da Associação Japonesa em Maringá. Eu cantava em concursos de músicas japonesas e fui tricampeão brasileiro.  Meu sonho era ser cantor no Japão, porque achava que o meu país era o Japão, porque sempre fui chamado de japonês. 

Fui ao Japão em 1988, com a ajuda de pessoas que acreditavam em meu sonho e talento. Trabalhei em fábricas e também como desenhista e projetista. Nas horas vagas, participava de concursos de karaokê.

Em 1994 tive a oportunidade de participar e de vencer o maior concurso da TV NHK, concorrendo com 80 mil candidatos. Fui o primeiro estrangeiro a vencer na história do Japão.

Recebi várias propostas de gravadoras, mas na época já tinha decidido voltar ao Brasil porque já tinha dois filhos e me aguardavam no Brasil.

Em 1997 retornei ao Japão e fui incentivado a voltar aos palcos, foi aí que lancei meu primeiro CD em Nagoya e, em 1999, voltei ao Brasil e lancei meu CD “Sonho de um brasileiro”, na casa de espetáculos Olympia, em São Paulo.

E seus estudos com a música japonesa, como começaram?

A música japonesa foi o primeiro estilo a cantar por causa de meus pais que cantavam em concursos de canto.  Depois que me lancei no Brasil, comecei a cantar o estilo sertanejo também.

Não toco instrumentos musicais, mas sempre fiz aulas de canto desde pequeno. Tive a oportunidade de ser aluno da professora Nancy Miranda, que também foi professora da Elis Regina. Aprendi demais com todos os professores que tive desde a infância, no Japão, e até hoje faço aulas.

E essa experiência de incluir instrumentos japoneses na música sertaneja, como pensou nisso?

Em 2008 foi a comemoração dos 100 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, e queria fazer alguma música que integrasse as duas culturas.  Como já cantava músicas sertanejas, pensei, porque não incluir instrumentos japoneses, já que a música é uma linguagem universal.

Escolhi o Taikô, que é o tambor japonês, e como instrumento de percussão deu muito certo. A música se chama “Raça e Ginga Misturou”, e fiz muitos programas de TVs, como Jô Soares e Hebe Camargo.

Em 2018 lancei a música “Arigatô Brasil”, que foi tema oficial dos 110 Anos da Imigração japonesa no Brasil.

Você acha que o sertanejo se aproxima da música japonesa?

 São estilos distintos, mas os dois estilos na raiz falam da vida, sofrimentos e amor.

Qual foi a receptividade do público?

Foi muito legal, e as pessoas reagiram bem a essa mistura. Hoje vejo muitos grupos da comunidade japonesa fazendo o mesmo! Já cantei músicas sertanejas tradicionais com o Taikô, como “Galera Coração”, e a música “Nascemos para Cantar”, com Shamissem (violão japonês de três cordas). Sempre surpreende o público.

Pretende voltar a produzir algo parecido com o sertanejo?

Sim, tenho alguns projetos que estou viabilizando e também difundir mais a música sertaneja no Japão.

Você permaneceu um bom tempo no Japão como cantor. Acha que o sertanejo faz sucesso por lá com os japoneses, além da colônia brasileira?

Os japoneses conhecem mais a Bossa Nova, MPB e samba, não conhecem muito da música sertaneja. Por isso gostaria de fazer um projeto para divulgar no Japão.

Quais as maiores referências de músicos e cantores que influenciaram sua carreira?

Cresci em Maringá e acompanhava Chitãozinho e Xororó nos rodeios. Fui calouro no Raul Gil na época da TV Record e fiquei conhecido como o japonês sertanejo, e cantava muitas músicas do Bruno e Marrone. Gosto mais das músicas sertanejas dos anos 80 e 90.

No Japão tem músicas ao estilo sertanejo ou country?

No mercado japonês desconheço se tem alguém cantando country.

Quais seus próximos projetos?

Na carreira musical quero compor algumas músicas e também montar o projeto para divulgar a música sertaneja no Japão. 

Sou produtor musical e tenho algumas produções em andamento, e também o podcast Alternativa no Ar, que vai expandir com mais convidados, agora de todo o mundo.

Para conhecer mais sobre a carreira de Joe Hirata, acesse suas redes sociais:

Instagram @joehirata

Facebook: Joe Hirata, Joe Hirata II, Joe Hirata III e Joe Hirata IV

Agenda de shows: www.joehirata.com.br

Tags: #entrevistaexclusiva | #japonessertanejo | #joehirata
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