Caso com Sérgio Reis não é o único que deu errado
Não é de agora que os cantores sertanejos se envolvem com políticos. Normalmente, é nas campanhas políticas onde são pagos para cantarem em comícios e, geralmente, dizem que é um trabalho contratado como outro qualquer. Mas claro que para o público não é bem assim.
A verdade é que, mesmo ganhando cachê, às vezes, não compensa para os cantores se envolverem em um campo minado que é a política no Brasil.
Na semana passada, a notícia que rolou foi sobre um áudio vazado de Sérgio Reis, 82 anos, que apoia o atual governo, incentiva uma greve de caminhoneiros e ameaça ministros do Supremo Tribunal Federal.
No último domingo (29), em entrevista para o jornalista Roberto Cabrini, no “Domingo Espetacular”, da Record TV,o artista se disse arrependido e que foi mal interpretado. Que foi um desabafo de momento para um amigo e que esse amigo foi um “amigo da onça” ao deixar vazar o áudio.
O ato fez com que ele fosse alvo de investigação da Polícia Federal, por instigar violência contra as instituições estabelecidas pela Constituição.Sérgio Reis já foi deputado federal e sabe das complicações que poderia haver.
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Além de precisar ser internado em um hospital pelo desgaste emocional, ocorrido pela repercussão negativa de suas palavras, o cantor, que faz parte da história do sertanejo nacional, perdeu shows, contratos comerciais e o cancelamento de outros cantores na parceria de seu próximo álbum que estava em produção final.
“Eu errei e quero me redimir com esse povo, pedir desculpas. Se seis horas da manhã vier apolícia em casa, eu me entrego”, afirmou Reis.
Fácil saber que entrar nessa seara política tem grandes riscos para quem conquistou, por anos, público entre todas as cores políticas e que, por essa razão, perde também muitos seguidores.
Há pouco tempo, o cantor Eduardo Costa, 41 anos, também disse que se arrependeu de apoiar o presidente Jair Bolsonaro, e que por isso, perdeu também shows e trabalhos, teve prejuízos e se equivocou.
Acabou lançando, inclusive, a música “Cuidado”, com críticas ao político. Ao apoiar, perdeu fãs, e depois, ao criticá-lo, perdeu outros. Sofreu ameaças e disse que agora não entra mais nessa área e apenas vai aprender a votar melhor.
Chitãozinho & Xororó já foram acusados de apoiarem Lula e depois desmentiram. Em 2002, foi a vez de Zezé di Camargo & Luciano, que participaram de showmícios de Lula. Nenhum deles gosta muito de falar sobre isso, porque sempre são acusados de pensar nos cachês antes do sentido ideológico partidário. De qualquer forma, grandes artistas em geral sentem na pele a responsabilidade de tomarem uma posição sabendo que sempre haverá uma perda.
Em todo caso, o engajamento político de um artista é visto por seus fãs como mais uma forma de se aproveitarem da fama para ganharem algo com o poder. O melhor é sempre respeitar a diversidade de seu público e, por ética, não se envolver tanto em uma área em que a população em geral tem restrições.
Depois desses acontecimentos, resta-nos perguntar: Quem se arrisca a apoiar algum político novamente?
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