Entrevistas

Como ficam os shows nesse longo período de pandemia?

Empresário Herbert Lucas, da Lucas Shows, fala de como a área de produtoras está trabalhando, nesse momento difícil, para organizar os shows dos grandes cantores

As lives musicais ganharam força durante a quarentena, ocasionada pela pandemia da Covid-19. As transmissões foram o jeito que o mercado de shows encontrou para amenizar o impacto causado pela disseminação do vírus. Em uma entrevista exclusiva ao Festanejo, o empresário Herbert Lucas, da Lucas Shows, contou como o ramo de eventos está se reinventando e lidando com este momento adverso.  

Momento de pandemia, shows parados há um bom tempo, como passar por essa dificuldade?

A decisão é de jogar ou não a toalha! Decidimos seguir em frente e mostrar que #estamosvivosnamusica. Apesar de toda a dificuldade, com todos os nossos shows e festivais cancelados, fizemos uma série de lives. E no nosso caso, como produtora, já tínhamos um estúdio e começamos a produzir lives com um parceiro e bandas da casa. Dessa maneira, produzimos bons conteúdos e nos reinventamos na produção de diversas lives-shows, shows em eventos corporativos e também lives de outros produtos. A dificuldade na nossa área é grande, porque a aglomeração faz parte da nossa rotina, quanto mais gente melhor. Aguardamos ansiosamente pela vacina, para que possamos juntar muita gente novamente!

Quais as principais lives realizadas no período de pandemia?

Participamos de muitas lives nesse período, e de diversas formas. Fizemos captação de áudio, captação de vídeo, transmissão e até iluminação. Entre elas Nando Reis e Família Lima, para a Marolo no Festival da Gongás, Bexiga 70, Orleans Street Jazz Band, Willie Daniel e outros para o Festival BB Seguros de Blues & Jazz, Izzy Gordon, Tony Gordon, Rec Back, Serial Funkers, Big Time Orchestra, Vasco Faé, Folk It All, Banda Ultra Soul, Beatles 4Kids e Princesas do Rock para shoppings da Rede Ad Shopping, entre outras.

As lives ajudaram a pelo menos não parar totalmente o contato dos artistas com seu público. Depois da pandemia acha que ainda haverá um mercado para as lives?

As lives ajudaram muitos artistas a se conectarem com seu público. Muitos deles abriram a porta da sua casa e também lançaram trabalhos novos. O conteúdo gerado de diversas formas foi e ainda está sendo muito bom. Quanto mais criativo e diferente, maior a conexão. Acreditamos em um mercado híbrido sim (presencial e on-line), onde o público poderá acompanhar um festival de outra cidade, por exemplo, onde uma empresa multinacional poderá conectar seus colaboradores de várias partes do mundo.

Pode contar como a empresa começou e porque escolheram essa área?

A empresa começou há mais de 30 anos… Quando uma agência de publicidade especializada em lançamentos imobiliários passou a fazer tudo relacionado à música. Artistas como Guilherme Arantes e Sá & Guarabyra, tinham todas suas peças publicitárias e de comunicação produzidos “in house”, assim como toda a estrutura de produção e venda de shows! Pela alta eficiência na área de promoção e publicidade, outros artistas vieram como “exclusivos” no território paulista, como 14BIS, Zé Ramalho, Boca Livre, Flávio Venturini, Lô Borges, entre outros.

Outras contratações foram feitas para todo território nacional, como Beto Guedes, Zé Geraldo e Renato Teixeira, além da continuação dos trabalhos com a dupla Sá & Guarabyra, que além da amizade e proximidade, se estenderam para a produção de discos e copromoção dos mesmos juntamente com as gravadoras. Ao longo desses anos, os sócios foram mudando, com exceção a Herbert Lucas, a atual formação societária, com a chegada de Thaís Lucas e Roberto Tolotti, aconteceu com a necessidade de expansãodos negócios da música com focos principais no mercado corporativo de eventos e boa música de vários estilos em diversas cidades. Com a minimização dos trabalhos de gestão artística.

Apesar do sucesso de bandas cocriadas e gerenciadas pela empresa, como Big Time Orchestra, Orleans Street Jazz Band, Serial Funkers e Blues Beatles entre outras, hoje em dia os carros-chefes da empresa são os festivais de música boa e de graça nas praças… Alguns em parceria com o Bourbon Street Music Club, como Ilhabela Bossa & Choro, Bourbon Folk & Blues Ilhabela e Bourbon Festival Paraty, e os gerenciados somente pela empresa, como ABC Jazz & Blues Festival, Verão na Montanha-Cunha Fest, Taubaté Jazz & Blues Festival, Campos Jazz Fest e Festival Rock for Kids-Santo André, entre outros.

Para alguém que está começando a investir em uma carreira, tem algum modelo de montagem que seja mais em conta para esses casos?

As oportunidades, às vezes, aparecem para alguns artistas simplesmente por estarem no lugar certo e na hora certa. Nem todo dinheiro ou nem todo talento leva um artista ao sucesso. Às vezes, um modelo serve para um nicho e não serve para outro. O artista precisa ter estratégia, persistência e sorte. Lógico que o talento é fundamental, além disso tudo.

Qual a maior dificuldade que encontraram neste setor de shows e eventos?

A maior dificuldade é não poder reunir pessoas, pelo fato de gerar aglomeração, além da instabilidade na economia, que inibe investimentos na área.

Como estão se preparando para essa volta aos poucos dos shows e o perigo de uma possível nova onda de Covid-19?

Estamos seguindo os protocolos passo a passo. Mas acreditamos que só será normalizado com a chegada e distribuição da vacina.

Os equipamentos estão cada vez mais sofisticados, mas é preciso também muita criatividade para criar uma cenografia própria de cada cantor. Como é feita a criação cenográfica?

Existem profissionais especializados nisso. Cada artista tem suas particularidades, então tem que ser feito caso a caso. Nos nossos festivais usamos muito os painéis de LED, com imagens bacanas e que podem compor com o espetáculo de diversas formas.

Quais os próximos shows programados e quanto tempo leva para a produção/montagem de um show?

Todos os nossos shows e festivais presencias estão em stand by, aguardando liberação. Faremos as lives do César Camargo Mariano, Ed Motta, Blues Beatles e Banda Black Rio no início de 2021, por meio do Proac, edital que fomos contemplados. Faremos uma Live do músico Tiquinho (do Funk Como Le Gusta e Clube do Balanço), que também já tocou com diversos nomes, como Jorge Ben Jor, Zeca Baleiro, Chico César, no próximo dia 6 de dezembro, em um evento da Cachaça Tiê. Acompanhem com a gente pelas redes sociais da cachaça!

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