Créditos das Fotos:
Roberta Miranda: Juliana Alarcão
Bruna Viola – Reprodução Facebook
Duas gerações de mulheres fortes, empoderadas e que ao mesmo tempo carregam doçura e sensibilidade em suas músicas
Em entrevista exclusiva ao Portal Festanejo, as cantoras, ícones da música sertaneja,participaram de uma entrevista especial em celebração ao Dia Internacional da Mulher. Duas gerações de mulheres fortes, empoderadas e que ao mesmo tempo carregam doçura e sensibilidade em suas músicas.
Roberta Miranda e Bruna Viola, ambas desempenham papéis representativos como embaixadoras da força e autenticidade femininas no universo do feminejo. Roberta Miranda, a venerada Rainha do Sertanejo, compartilha sua visão sobre a evolução das mulheres no cenário musical, destacando o empoderamento e a superação de obstáculos.
Já, Bruna Viola, a violeira mais amada do Brasil, reflete sobre sua jornada e a responsabilidade de inspirar novas gerações a ocupar espaços e acreditar no poder da música como meio de expressão feminina.
Juntas, essas artistas não só elevam suas vozes, mas também celebram a diversidade e a conquista do merecido reconhecimento para todas as mulheres sertanejas.
Roberta Miranda
A cantora já deixou sua marca registrada há muito tempo. Para ela, as vozes femininas do gênero têm conquistado cada vez mais um espaço que é delas. Confira a entrevista:
Sua trajetória musical é marcada por um talento indiscutível, com letras que retratam verdadeiramente o empoderamento feminino. Como você se sente sendo inspiração para outras mulheres?
Com toda certeza, motivo de muito orgulho. Sempre levantei a bandeira da mulher de forma geral e durante 25 anos batalhei muito, pedindo por mais mulheres na música sertaneja. Hoje, vejo com alegria as mulheres conquistando cada vez mais os lugares delas, os lugares que elas merecem estar! Aplaudo isso demais! A vitória de uma mulher é a vitória de todas nós!
O que te motiva a continuar sendo esse sinônimo de representatividade feminina para o seu público?
Meus próprios fãs são minha principal motivação, eles são meu oxigênio, minha alegria, são os meus ‘tesouros’, como costumo chamá-los! Enquanto eu viver, quero continuar levando alegria ao meu público através do meu trabalho e das minhas canções.
Você acha que as músicas sertanejas atuais estão deixando de lado o machismo e o comportamento frágil das mulheres e evidenciando mais o empoderamento e a igualdade de gêneros?
De certa forma, sim. Há mais espaço para as mulheres, mais ‘liberdade’, digamos assim, para as mulheres para cantarem e falarem o que elas quiserem. Quando comecei minha carreira, o cenário era outro e totalmente dominado pelos homens, por ‘bota e chapéu’. Havia muito preconceito. Hoje, ainda há, mas tivemos um avanço nesse sentido e cada vez mais, vamos avançar e mostrar o talento e a força que nós mulheres temos.
Qual o poder que as letras das músicas do Feminejo já conquistou no cenário atual?
Acredito que o poder do empoderamento é o principal deles. Cada vez mais, o público feminino consegue se ver, ‘se enxergar’, nas canções. São mulheres representando mulheres, dizendo nas canções o que o público feminino sempre quis dizer.
Em sua opinião, o que ainda falta para que mais mulheres tenham seu lugar reconhecido, tanto na música sertaneja, como em outras áreas?
Falta apenas oportunidade, pois talento, garra e determinação, as mulheres já comprovaram que têm de sobra e já está provado isso! A presença mais forte das mulheres na música sertaneja já é uma realidade e fico muito feliz por ter, literalmente, aberto as fronteiras para essa nova geração que está aí. Sinto que cumpri uma missão neste sentido.
Em seu perfil no Instagram, Roberta Miranda reforçou o poder que a mulher tem: “Mulheres é hora de abraçarmos quem somos, com todo o nosso poder, inteligência e paixão. Não há regra ou padrão que possa nos definir além da nossa própria autenticidade. Seja ousada, seja corajosa, seja gentil, seja forte. Seja quem você é! Nossas vozes, nossas escolhas, nossas realizações são valiosas e merecem ser celebradas. Juntas, podemos desafiar os estereótipos, quebrar barreiras e construir um mundo onde cada mulher possa florescer livremente. Então, erga a cabeça, estenda a mão para suas irmãs e caminhe com orgulho.
Quando uma mulher se levanta, ela não só se eleva, mas também eleva todas ao seu redor.
Você é livre para ser exatamente quem você é!”.
Bruna Viola
Cantora e compositora mato-grossense, Bruna Viola, é a violeira mais amada do Brasil, e tem em sua carreira diversas composições de sucesso e participações especiais como o eterno João Carreiro.
A cantora definiu como missão manter o sertanejo raiz vivo, e com bota, camisa, calça jeans, cinto de fivelão e chapéu, Bruna tem sido muito aplaudida em suas interpretações! Confira a percepção de Bruna sobre o poder feminino:
Sua trajetória musical é marcada por um talento indiscutível, com letras que retratam verdadeiramente o empoderamento feminino. Como você se sente sendo inspiração para outras mulheres?
Desde que eu comecei, aos 11 anos e era uma criança violeira que gostava de música raiz, foi muito trabalho até firmar o meu espaço. Até hoje é uma responsabilidade muito grande, ainda mais quando canto que “lugar de mulher é onde ela quiser”. É uma forma de bater no peito mesmo, defender os nossos espaços, que a gente tem nosso talento e podemos conquistar o que a gente quiser. Nos meus shows muitas mulheres e meninas me procuram para falar que estão aprendendo tocar viola, que se apaixonaram pelo instrumento, isso faz tudo valer a pena!
O que te motiva a continuar sendo esse sinônimo de representatividade feminina para o seu público?
Ver que a nova geração de mulheres na música e de fãs também vem forte, é uma grande motivação. Pensar que 20 anos atrás éramos eu e poucas mulheres levantando a bandeira da música sertaneja, ainda mais sendo jovens, como comentei, eu só tinha 11 anos quando comecei, e agora tem muitas mulheres cantando, músicas que falam com mulheres, sobre o que a gente acredita, vive.
Você acha que as músicas sertanejas atuais estão deixando de lado o machismo e o comportamento frágil das mulheres e evidenciando mais o empoderamento e a igualdade de gêneros?
A música sempre acompanha a realidade da sociedade, o que as pessoas estão fazendo, pensando naquela época. Com certeza tem mudado, é um processo, assim como na sociedade.
Qual o poder que as letras das músicas do Feminejo já conquistou no cenário atual?
Acho que a principal coisa é o lugar de fala, né? São as mulheres compondo, cantando, coisas que acontecem na nossa vida, que a gente sente, é diferente quando é a gente contando a nossa história.
Em sua opinião, o que ainda falta para que mais mulheres tenham seu lugar reconhecido, tanto na música sertaneja, como em outras áreas?
Muita coisa já mudou! Historicamente vemos sim mais duplas masculinas e cantores solos homens, mas estamos mudando muito isso. Hoje as mulheres também estão nas grandes festas, recebendo o maior público dos eventos, já existe mais diversidade de duplas masculinas e femininas, cantores solos masculinos e femininos. Quem ganha com isso é a arte, a música, o público!
Bruna Viola também deixou sua mensagem inspiradora para o Dia da Mulher em seu perfil do Instagram:“Só pra lembrar: o lugar de mulher é onde ela quiser! Feliz dia pra nós, minhazamigasssss 💙💪”.
