Foto: Reprodução rede social
Com uma identidade vocal bem particular, cantores, que também são grandes compositores, prezam pela qualidade da letra e história da música para compor seu repertório
A entrevista com os cantores sertanejos Bruno César e Rodrigo para o Portal Festanejo dá uma visão fascinante sobre suas jornadas musicais e a recente incursão como dupla sertaneja. Eles compartilham como a amizade e a vontade de Deus desempenharam um papel importante na formação da dupla, além de destacar a importância da fé em suas carreiras.
Os cantores também falam sobre a escolha da música de trabalho “Não Causou Nada”, que tem participação especial de Tarcísio do Acordeon, e como ela se conecta com suas histórias pessoais. Além disso, Bruno César e Rodrigo ressaltam a importância, o respeito e a gratidão que têm por Zé Neto & Cristiano.
Eles também abordam os desafios de lidar com a exposição pública e as fake news na era das redes sociais.
Por fim, eles compartilham as próximas datas de shows e convidam os fãs a se juntarem a eles em várias cidades pelo Brasil ao lado de Zé Neto & Cristiano.
Vocês começaram como compositores e têm muitos sucessos nas vozes de outros cantores. Como foi essa decisão de também cantarem como nova dupla sertaneja neste momento?
Tomar a decisão de montar uma dupla foi meio no automático. Eu e o Rodrigo já nos conhecíamos na noite. Eu tinha minha carreira solo como cantor e o Rodrigo também tinha a dele. E desde que a gente começou a compor juntos, foi ali criando uma amizade. E a amizade só foi se fortalecendo ao passar dos anos. Então, quando a gente foi ver, já estávamos cantando juntos toda hora, quase todo dia praticamente, e sem ser uma dupla. E através do Genilson, do Zé, do Chris, assim que a gente conheceu os caras, o próprio Zé deu a ideia de formarmos a dupla. E a gente formou, oficializou e fizemos um trabalho, mas sem estar no escritório Zé Neto e Cristiano, a ZNC Produções. A gente tinha dado uma pausa na carreira, e agora o motivo de voltar, mais uma vez foi no automático, pela amizade, vontade de Deus e também pelos meninos, o Zé, Cris e Genilson. A gente voltou em um momento maravilhoso e individual de cada um, e isso está refletindo no trabalho, porque foi uma coisa totalmente natural, com muita verdade.
Como foi essa luta pelo sucesso do início até aqui?
Tanto para o Bruno como para mim, não foi nada fácil. São mais de 20 anos correndo atrás, cantando na noite, correndo atrás de contatos, compondo, sonhando, sendo iludido aqui, sendo iludido ali, quebrando a cara, caindo e levantando. Não viemos de família de cantores ou de uma família que mexe com música. Tivemos que aprender tudo na raça. Então, o que eu posso dizer que, além da persistência, além de correr atrás, do esforço que a gente faz, eu acho que o que fez a diferença para nós foi a fé, a conversa sincera com o Criador. Ele vai colocando os anjos no nosso caminho, assim como os nossos empresários, para a gente poder estar vivendo tudo isso que a gente tá vivendo hoje. Sem dúvida nenhuma, é a fé mesmo que fez a diferença aí.
Para este primeiro trabalho com a Som Livre, qual a música de trabalho que escolheram? Por quê?
Então, a escolha da música foco para colocarmos na prateleira e divulgar nosso trabalho digital nas áreas do Brasil, que se chama ‘Não Causou Nada’, foi assim unânime, pela história que o Rodrigo tem com o Tarcísio. O Tarcísio foi músico do Rodrigo, e pela produção musical, pela vibe que a gente sentiu lá no dia, ela foi a música para dar o start para ser de trabalho nesse projeto. Mas, o repertório tá muito incrível, tem músicas incríveis para serem lançadas ainda. E a ‘Não Causou Nada’ e o ‘Estado Civil’, que gravamos com o Zé Neto e Cristiano, são duas músicas assim, que é unânime também, e a gente acredita muito. E a ‘Não Causou Nada’ tá fazendo muito bem o trabalho dela, o dever de casa, porque ela tá viralizando e tendo números impressionantes. Então, graças a Deus, acho que acertamos na escolha.
Assista ao videoclipe de “Não Causou Nada”, com participação de Tarcísio do Acordeon:
A área sertaneja é uma das mais competitivas no mundo da música. Vocês pensaram em trazer algo novo para se diferenciar de outras duplas?
Bom, acreditamos que nossas vozes não parecem com nenhuma das vozes do mercado. Temos uma identidade vocal bem particular, o que ajuda a marcar a dupla. E a gente preza muito por qualidade de letra, a história da música, ler o tema, coisas que ninguém falou ainda, nem ninguém mencionou ainda, para ficar aquele trabalho bem ímpar mesmo. Então, junto com o nosso produtor Dudu Oliveira, fazemos um arranjo bem marcante, para quando o povo ouvir já saber que é a gente. Então, acho que é isso, música de qualidade e vozes diferentes. Acho que é isso que temos a oferecer ao mercado.
Como compositores, não acham que o sertanejo está se repetindo muito nos temas das letras? Ou é isso mesmo que os fãs querem?
Falando como compositor, do mercado e tal, baseado nessa pergunta: ‘se está se repetindo muitos temas e tal’. Eu acho que é assim, é impossível você ouvir uma música do Roberto Carlos que não fala de amor, de saudade. E no sertanejo, o sentimento é esse, de saudade, às vezes de superação, de chifre rsrs, por que não? Então, é a mesma coisa com o Trap. O Trap tem ali os papos já específicos, o pagode também. Acho que é mais do gênero mesmo, sabe? E não existe tema batido, existe tema mal falado. Se você acompanhar todo sucesso, pode ver que as músicas sempre têm um gancho uma da outra, mas a narrativa sempre é diferente, a melodia manda muito. Então, é isso. Eu acredito que hoje, por incrível que pareça, sim, o sertanejo tá em uma anuência de muita qualidade musical, tanto de composição quanto de cantores também.
Qual o conselho que vocês dão para quem quer ser um bom compositor e cantor sertanejo?
O conselho que a gente pode dar para ser um grande compositor e um grande cantor é que um grande compositor que canta pode se tornar um grande cantor por meio de suas composições. Então, a chave para se tornar um grande cantor é compor bastante, entrar nos repertórios nacionais. Tem que estar sempre antenado para onde está indo, para que rumo está o mercado, a linguagem que está usando. Você precisa ter um mercado para poder consumir sua música, né? Então, tem que estar antenado para ver o que os cantores estão querendo. E automaticamente sua voz vai rodando no meio e você vai se tornando um grande cantor, e o mercado começa a te observar e fala: ‘Esse cara aí parece que é muito bom, a voz dele é muito boa, e as composições dele são muito boas também, acho que vamos lançá-lo como artista‘. E é dessa forma que as coisas vão acontecendo no processo de ser um grande compositor e um grande cantor.
O que Zé Neto & Cristiano representam na vida profissional de vocês?
Cara, falar de Zé Neto e Cristiano com relação a Bruno César e Rodrigo se torna até clichê para quem conhece a gente, né? Não existiria Bruno César Rodrigues se não existisse Zé Neto e Cristiano. Isso eu digo também em relação às nossas composições, porque eles foram um divisor de águas, né? São os artistas que mais gravaram músicas da nossa autoria. Sendo assim, não tem como falar da gente sem falar deles, são dois caras, dois seres humanos, além de serem grandes artistas, são duas pessoas que a gente tem o máximo de respeito, máxima gratidão por tudo que eles já fizeram e estão fazendo pela gente. A gente até fala que a ZNC Produções é uma família, e todo mundo à volta deles ali é a mesma energia. Falar deles é a mesma coisa que falar da gente, são uns caras que a gente ama muito.
Qual música vocês consideram o hino do sertanejo? Tirando, claro, Evidências.
Na minha opinião, música sertaneja tem muitos hinos, todas as músicas que marcaram a década de 80, década de 90 e se tornaram músicas imortais, né? Todo boteco que você vai, todo show que você faz, o povo quase que é obrigado a cantar essas músicas. Como ‘Boate Azul,’ ‘Fio de Cabelo,’ ‘Saudade da Minha Terra,’ e por aí vai. Têm muitos, realmente, muitos hinos na música sertaneja.
Esse é o país da fofoca. Sabem que a mídia fica em cima da vida particular dos artistas. Vocês estão preparados para dividir a vida pessoal, mesmo sabendo que isso traz muito desgaste pelas fake news?
Com certeza, a gente tem que estar preparado para isso, mas acho que não é só o artista, não. Hoje em dia, as pessoas que estão ali na internet estão dando a cara a bater, estão propícias a isso, porque tem muitos julgadores de internet. Geralmente, essas pessoas que te julgam, elas não têm números, não têm resultado e não têm, às vezes, uma colocação. É assim, elas vão na maioria, de se impor melhor do que a sua… Mas às vezes a crítica dela é o que ela é, é como ela se vê, como ela se sente, e ela quer passar isso para o outro, sabe? A gente tem que estar preparado para isso. E com relação às fake news, que fazem dos artistas, que postam, que comentam… Cara, não tem como você fazer o gol sem suar a camisa. Estes aí são os percalços que têm, mas sabemos e procuramos preparar muito bem nossa mente para isso, né? Porque, em tudo, acho que tem os prós e os contras, e o importante é sempre manter a verdade no trabalho, nosso amor à música, e não procurar ser perfeito, porque ninguém é perfeito. Procurar ser verdadeiro e entregar um trabalho para os nossos fãs, para as pessoas que acreditam na gente, com excelência.
Vocês já começaram a fazer shows pelo Brasil? Como está a agenda e quais serão as cidades que devem visitar?
Neste primeiro momento, nossos empresários acharam melhor a gente viajar com os padrinhos, né, Zé Neto e Cristiano. Então, às vezes a gente participa no meio do show deles e às vezes a gente faz a abertura. Já têm algumas aberturas aí já agendadas, então, quem quiser assistir Bruno César e Rodrigo, pode ir dia 26 no Villa Country, dia 26/10 agora. E dia primeiro de novembro em Gurupi no Tocantins, no dia 14/11 em Paraíso do Tocantins. Em Taboão da Serra – São Paulo será no dia 19/11, e Maringá no Paraná dia 25/11. Então, essas são as primeiras datas aí que a gente fará os shows. Então, quem quiser conferir Bruno César e Rodrigo é só comparecer nesses shows aí.
