Entrevistas

A devoção dos fãs de Bruna Viola

Manu Henrique conversou com o Festanejo sobre o amor pela violeira

Bruna Viola é um dos rostos que dá um novo tom ao cenário da música caipira. Apaixonada pelo universo sertanejo raiz, a jovem cantora adotou como sobrenome artístico o nome do instrumento favorito: a viola.

Aos 19 anos, abandonou o desejo de cursar veterinária para trilhar seu caminho no mercado musical. Em 2015, Bruna lançou seu álbum de estreia, intitulado “Sem Fronteiras”, pela Universal Music. Já em 2017, a violeira ganhou enorme destaque, ao vencer a categoria de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras no Grammy Latino.

Veja também: Bruna Viola fala sobre admiração por Inezita Barroso

Com uma carreira em ascensão, Bruna tem conquistado admiradores por onde passa. É o caso de Manu Henrique, que hoje auxilia nos projetos do fã-clube da artista. Manu conversou com o Festanejo sobre sua relação próxima à Bruna Viola.

Quando começou a ser fã da Bruna?

Desde 2010, foi paixão ao primeiro ponteado quando assisti sua primeira apresentação no programa Viola Minha Viola.

Você já gostava de música de viola?

Sim, desde 5 ou 6 anos de idade já acordava quando meu saudoso pai ligava seu radinho de pilha nos programas sertanejos da madrugada. Lá, nos confins do Mato Grosso, ele conseguia sintonizar emissoras AM’s (Nacional/Tupy/Record entre outras) através de antenas improvisadas com palha de aço e arame sobre a cobertura do rancho.

O que é a música da Bruna na tua vida?

A Bruna é uma artista para todas as idades, porque ela canta e encanta com sua verdade de vida e isso é um alicerce da música sertaneja autêntica. Considero a boa música como a melhor arte viva, aquela que tem o dom de nos transportar para lugares e época onde nossa alma deseja estar.

Qual música você mais gosta e o que sente quando toca?

“Moradia”. Essa canção retrata minha infância simples e verdadeira na roça.

Você gosta de outros cantores nesse gênero? Quais?

Sim, Zé Mulato e Cassiano, João Mulato e Douradinho, Juliana Andrade, Brenno Reis e Marco Viola, Mazinho Quevedo, Arnaldo Freitas, Divino e Donizete, Lucas Reis e Thácio, entre muitos outros violeiros e violeiras do nosso Brasil. Mas não posso deixar de mencionar os saudosos Tião Carreiro, Tônico e Tinoco e a eterna rainha Inezita Barroso, que deixou seu legado e me arrepia ouvir seu vozeirão. Lembro de uma citação que disse tudo: “o caipira é ligado à tradição, à raiz, ao amor à terra, a qualquer coisa que ele tem dentro e tem necessidade de exprimir”.

Você montou um fã-clube ou entrou em algum que já existia? Como foi?

A história do nosso fã-clube começou com o Sr. José Roberto Domingos, um brasileiro apaixonado pela música raiz e viu na Bruna Viola a esperança de quem iria defender a bandeira.

Na época, ele morava na Itália por conta do seu trabalho ligado a ONU, acompanhava a Bruna pelo YouTube e Orkut desde 2006, e com a chegada das outras redes sociais como Facebook e Twitter no início de 2010, ele teve a brilhante ideia de criar várias páginas de fã-clube da Bruna Viola, nas principais cidades e contou com ajuda de vários coordenadores a disseminar o nome e o trabalho da violeira e, foi assim que ele me encontrou pelo face, viu que eu era fã e convidou (aceitei na hora) para coordenar a página do Fc Bruna Viola SP.

Passados uns 8 meses o Sr. José foi transferido para um município indígena na Bolívia que não tinha comunicação e me deu a incumbência de seguir com o projeto e seguimos firmes criando novos fã- clubes pelo Brasil e dois no exterior, México e EUA. Graças a Deus,  onde a Bruna chega temos brunetes (nome carinhoso a todos os fãs da violeira) a sua espera.

Como começou a trabalhar na equipe da Bruna?

Não faço parte oficialmente da equipe, a minha participação é voluntária e por amor a Bruna e a sua música.

Todo mundo que ouve a Bruna pensa que ela já nasceu com a viola do lado.  Você acompanha esse trabalho dela nos bastidores? como é?

Sim. Nos bastidores dos shows ajudo na ponte entre a artista e os fãs, principalmente para o acesso nos camarins. Mesmo com crescimento da carreira a Bruna prima por sempre atender todos os fãs. Algumas vezes foi preciso acertar com os contratantes e seguranças dos locais para estender o tempo para atender o máximo de brunetes, o mais incrível é a atenção personalizada que a violeira dá para cada pessoa.

Qual a maior loucura que fez, como fã, pela Bruna?

Em 2013 fui num show na cidade de Boa Esperança do Sul/SP, e lá tinha limitação no transporte coletivo e caminhei na rodovia para Araraquara uns 8 a 10 km durante a madrugada, fora o frio que passei, eu faria tudo de novo.

Conte uma história engraçada que aconteceu no exercício de fã da Bruna.

Uma vez nos corredores da TV Cultura, gravação do programa “Viola Minha Viola”, rolou uma gafe, lá estava acompanhando a equipe e confiaram para segurar uma das violas da Bruna, eu meio estabanado,  não me liguei na correria e acabou escapando na parte superior, e pensam no meu desespero para evitar a queda do instrumento, acabou batendo a ponta e quando levantei a vista, além da Bruna, todos os violeiros me olhando, eu só queria um buraco pra cair dentro…foi tenso, esse episódio não me deixou boas lembranças.

Você agora coordena os fã-clubes da Bruna. O que mais gosta nesse trabalho?

Ajudar realizar sonhos e conduzir em harmonia uma legião de fãs não tem preço.

Qual seu maior sonho ainda a ser realizado junto à Bruna?

Poxa, essa é fácil. Sonho sempre em estar no próximo show, para mim é sempre muito especial assistir sua magia e sentir sua energia contagiante ao vivo. Mas um sonho que ainda não realizei seria pescar no pantanal com a Bruna e sua mamys poderosa Ana Mara (pescadora profissional).

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2 thoughts on “A devoção dos fãs de Bruna Viola

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