Em entrevista ao Festanejo, o influenciador digital e empresário deu conselhos para novos artistas
O sertanejo está presente em tudo no dia a dia de Renato Sertanejeiro. O influenciador digital, apresentador e empresário comanda os canais “Sertanejeiro” e “Prosa do Sertanejeiro”, disponíveis no YouTube.
Somando mais de 40 milhões de visualizações, as contas trazem entrevistas exclusivas com profissionais do segmento, como cantores, produtores musicais, compositores e empresários. No Instagram (@renatosertanejeiro) já ultrapassa 300 mil seguidores.
Atento a todos os movimentos do mercado sertanejo, Renato também é sócio da “Fábrica de Hits”. A empresa é responsável pelo marketing digital, gestão das redes sociais e lançamentos musicais de nomes como Xand Avião, Gusttavo Lima, Grupo Pixote e Thiago Brava.
Entre todos os afazeres, o empresário ainda possui o projeto “Sertanejeiro Records”, uma agregadora de distribuição digital, focada em artistas iniciantes, que não possuem acesso aos relacionamentos necessários.
Renato conversou com exclusividade com o Festanejo para compartilhar um pouco de sua experiência no universo sertanejo. O influencer analisou o mercado musical e ainda deu dicas para os novos artistas que querem entrar no ramo.
Como você começou a se interessar pelo sertanejo e acabou se envolvendo a ponto de virar um empresário da área?
Sempre fui um amante de música sertaneja. Meus pais sempre colocaram música sertaneja em churrascos de família, e minha família sempre ouviu música sertaneja. Eu sou do interior de São Paulo, onde tem muito da cultura sertaneja, da cultura caipira.
Sempre nas rodas de churrasco da minha família tinha a música sertaneja, e acabou que, por osmose, a música sertaneja entrou na minha vida e nunca mais saiu.
O que você acha do mercado do sertanejo atual? Está se reciclando com a aproximação com o funk e a pisadinha?
O sertanejo atual não se aproxima mais com o funk. Foi em um momento anterior, seis ou sete anos atrás que o sertanejo estava bem próximo com o funk. A Pisadinha na pandemia conseguiu um espaço grande, espaço que até então não tinha.
O sertanejo ele é a música mais ouvida, a música mais tocada, a música mais escutada do Brasil, justamente porque consegue sempre se reciclar, consegue sempre trazer outros gêneros junto com ele, sempre traz os feats, sempre busca inovar e se atualizar o seu material. Com certeza, é por isso que o sertanejo está sempre no topo das paradas. Porque ele tem essa sinergia com vários outros estilos musicais.
O que um bom cantor sertanejo tem que ter para fazer sucesso?
São várias questões, mas a principal, com certeza, é música boa. A pessoa que quer ser cantor ou lançar um projeto tem que ouvir muita música mesmo, até se identificar com alguma que acha que pode ser um sucesso na boca do povo.
Depois da música vem, claro, uma estratégia de lançamento eficaz, o carisma do artista, o jeito de cantar, a sua verdade. Também estar sempre lançando coisas novas, coisas boas. É preciso sempre estar expondo o seu trabalho nas redes, no YouTube.
E como um compositor na área pode conseguir o sucesso?
Eu costumo dizer que a composição é meio que com acertos e erros, sabe? Hoje você vê que os compositores de maior sucesso do Brasil fazem, pelo menos, duas ou três músicas por dia. No final do mês, com 40 a 50 músicas, é quase impossível não ter pelo menos duas ou três músicas que podem se tornar um hit.
É mais aquele trabalho maçante de estar sempre compondo, sempre se atualizando dos temas atuais, do que está rolando no dia a dia, sempre, todos os dias compor. Quanto mais compõem, maiores as chances de acertar alguma letra, acertar alguma música.
Para um plano de entrada no mercado por alguém ainda desconhecido quanto se gasta em média?
Isso depende muito de quanto ele quer se expor, quanto ele tem para divulgar. Mas acredito que para um cantor que está lançando um trabalho novo, de entrada, colocar uma parcela do dinheiro no YouTube, uma parcela do dinheiro em playlists do Spotify, também divulgar com os fornecedores, se possível, com 100 mil reais ele consegue fazer um lançamento que já começa a dar um burburinho.
Acha que tem espaço para novos cantores dentro deste mercado muito competitivo?
Sem dúvida. Sempre haverá espaço para novos talentos. A pandemia mostrou isso para a gente com o João Gomes, com o Tarcísio e os Barões da Pisadinha, que são sucesso. Agora, a gente pode falar sobre uma “pós-pandemia”, com o John Amplificado ficando entre as mais tocadas no Brasil.
Sempre tem muito espaço para quem tem talento, para quem consegue colocar alguma música na boca da galera, na boca do povo. Mas, com certeza, mesmo sendo muito competitivo, o mercado sempre se abre para novos talentos, para novas promessas, para novos artistas, e com certeza vai ser sempre assim.
Para quem quer começar e nunca gravou antes, o que aconselha?
É justamente isso! Nunca gravou? Grave, mas faça! Entregue algum conteúdo para o seu fã, ou para que você consiga prospectar algum fã. É basicamente isso, se você não tem nada ainda, começa a fazer, tente buscar qualidade no som, no vídeo, e põe para a galera ouvir.
Quanto mais você postar, quanto mais jogar conteúdo para essa galera, melhor vai ser, mais a galera vai começar a te seguir, vai começar a escutar.
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Quando se lança uma música tem que entrar nos aplicativos para que consiga algum retorno em dinheiro, mas o que dá mais dinheiro são os shows. Como um novo cantor pode saber se já tem força para fazer um show e ter bom público?
Na verdade, o cantor pode fazer show independente se tem ou não um bom público no Spotify ou YouTube. Ele tem que colocar a cara e fazer um bom trabalho no show, que consiga prender a atenção da galera, um show com músicas atuais.
Claro, se você tiver uma música no Spotify ou no YouTube, a música bombando, indo bem, com certeza vai ter retorno na entrada de pagantes no show. Tem que ter um investimento.
Quanto mais você tem músicas ouvidas no Spotify, maior será o retorno do seu contratante, maior será o seu retorno no cachê. Uma coisa puxa a outra. Você tem que fazer um investimento para conseguir ter esse retorno. É uma roda que gira com esses dois tipos de investimento: do artista e o retorno quando ele vai vender seu show.
Passe um recado para quem quer entrar no mercado do sertanejo.
O recado que ando falando bastante para a galera é focar no trabalho dela. Sempre estar postando coisas legais, sempre estar entregando conteúdo de relevância para o seu público. A palavra-chave do momento é: constância.
A gente tem vários artistas que estão 10 anos, cinco anos sempre lançando coisas com essa constância, e que hoje conseguiram espaço no mercado. Um exemplo é a Lauana Prado. Fazem quatro ou cinco anos que ela sempre postou vídeos no YouTube, sempre com voz e violão, e hoje ela é uma realidade.
A gente tem o Avine Vinny, com a música “Coração Cachorro”, que também faz 10 anos, 15 anos, que está sempre postando, gravando DVD com qualidade de áudio e de vídeo, com músicas boas, e agora que ele conseguiu ter um sucesso nacional. Assim como o Matheus Fernandes também, com “Baby Me Atende”.
O Mateus tem uma história grande, de sempre com aquela constância em fazer e lançar DVDs de qualidade. Lá no Nordeste se faz muito CD promocional. Então, a palavra-chave é constância. Sempre estar entregando algo de qualidade para o seu público, algo legal, e uma hora você vai acertar.
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